sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Istambul


Existem cidades que apelam ao olhar. Outras, que precisam ser sentidas. Istambul é uma cidade para ser ouvida.


Não se fica indiferente ao lamento dos muezins nas mesquitas convocando os muçulmanos (cerca de 99% da população) para rezar cinco vezes por dia.

Do terraço do Agora Boutique Hotel & Bistro (que, embora não tenha - pelo menos por enquanto - nada de boutique nem de bistrô, é bem localizado, tem bom preço e tudo de que precisamos) avistávamos a Mesquita Azul com seus 6 minaretes...

e o mar de Mármara, que separa a Europa da Ásia.

O hotel fica no bairro histórico de Sultanahmet, onde, na praça principal, ficam a Mesquita Azul e a Basílica de Santa Sofia, museu que já foi igreja e já foi mesquita.

Apresentação ao ar livre de pessoas vestindo roupas do período otomano

Mais uma vez a fome nos levou a um lugar despretensioso e ótimo.



 A especialidade do lugar era a kafta, preparada na brasa e com um sabor intenso de churrasco. A kafta, ou kebab, quase sempre é feita (pelo menos parcialmente) de carne de carneiro. Logo descobrimos que os cardápios em Istambul (principalmente na parte antiga da cidade) não apresentam grande variedade, e que o foco é a comida típica local - que lembra a comida árabe. A pasta vermelha servida como guarnição é bastante apimentada e lembra harissa. O vegetal verde também é um tipo de pimenta. O acompanhamento é arroz, que aqui eles chamam de "pilaf". Os preços são bem em conta para os padrões europeus: uma refeição simples sai em torno de 10 reais.

Perguntamos ao garçom que sobremesa era aquela que todos pediam. Ele tentou explicar, não entendemos e pedimos a conta. Foi uma bela surpresa quando ele trouxe à mesa uma generosa fatia do doce halva (ou helva), acompanhada de uma garrafa de água mineral também cortesia. Foi só a primeira amostra da generosidade turca, que pudemos comprovar em várias outras situações. 


Trem de superfície: modernidade e história lado a lado em Istambul.
 Dentro do trem, tocou o celular de um turco: "Ai, ai, se eu te pego..."



cemitério islâmico. Aqui à noite funciona um animado restaurante








 comida de rua em Istambul


a catraca para o trem de superfície é no meio da rua. 
Apesar da pobreza evidente em alguns locais, não vimos violência ou furtos aqui - provavelmente devido à religião






onde quer que você esteja, tem uma mesquita perto de você







são muitas as lojas de doces, mas a melhor é disparado a Hafiz Mustafa.





 Perguntado se podíamos tirar fotos, o rapazinho da loja impôs uma condição: só se ele aparecesse...



 Mesquita Azul

pra entrar na mesquita, mulher cobre a cabeça...

e todo mundo tem que tirar os sapatos. Os homens muçulmanos também lavam as pernas e os braços na entrada.

 teto da Mesquita Azul

 nas mesquitas maiores existe essa grade para separar os turistas, que só podem ficar na parte de trás. Lá na frente ficam os homens muçulmanos e, atrás dos turistas, lá no fundo, separadas, ficam as mulheres muçulmanas.

Mesquita Azul à noite



lojas próximas ao hotel

 há muitos gatos de rua em Istambul

 entrada do Grand Bazaar

aqui dentro se vende tudo: joias, quinquilharias, bolsas de grife falsificadas. A barganha é um hábito local: eles dão um preço, você dá o seu, e aí vocês chegam a um meio termo.



Mulheres de todas as idades usam diferentes tipos de véus. Ficamos curiosos para ver como comiam na rua aquelas que se cobrem completamente, até que seguimos uma delas e descobrimos: elas suspendem o véu e põem a comida por baixo. Em outra ocasião, vimos uma mulher toda coberta no restaurante apenas olhando o cardápio, enquanto o marido tomava sopa. Talvez ela não conseguisse tomar sopa levantando o véu e estivesse escolhendo a sopa que iria levar pra comer em casa...

o tasbih é uma espécie de terço dos muçulmanos

chás





as romãs são enormes, e o suco é vendido nas ruas

os chocolates todos têm pistache



assim como os sorvetes

o peixe recém-pescado é vendido nas ruas

próxima parada, Mesquita de Suleyman





local para os muçulmanos se lavarem antes de entrar na mesquita





na hora de rezar, cada pessoa ocupa um espaço laranja desses, onde se agacha, virada pra Meca


 achei esta mesquita ainda mais bonita que a Mesquita Azul


 passamos por dentro da Universidade de Istambul

atravessamos a ponte (de trem) e vamos para Beyoglu. Saltamos lá em cima, na praça Taksim (aonde se chega de funicular), e percorremos toda a avenida Istiklal a pé








depois de almoçar fomos à Saray Muhallebicisi, confeitaria tradicional na Istiklal

  







  Estava escuro quando voltamos a pé pela ponte de Gálata, e as pessoas pescavam



o jantar foi no ótimo Can Oba

café da manhã no hotel





 visita ao palácio Topkapi, residência dos sultões, com haréns, salões, jardins e um museu onde se vê um fio da barba do profeta Maomé























 Depois de entrar pelos seus ouvidos, Istambul entra pelas suas narinas, com o cheiro de maçã dos narguilês se espalhando por todo canto

gatinho no jardim do Museu de Arqueologia





 Bazar de especiarias








 humm, os queijos... bons e com nomes estranhos - de conhecido, só o feta






mais uma mesquita



 banho turco



Observamos que, durante as refeições, os turcos bebem alguma coisa que parece leite. É um tipo de iogurte meio salgado que tem em todos os restaurantes e supermercados.

Atravessamos o mar de Mármara e vamos para o lado asiático.

Este lado é mais pobre e bem menos turístico



adorei as azeitonas turcas. Tinha até no café da manhã...

caroba




















 estação de onde saía o Orient Express

o trem

interior da Basílica de Santa Sofia

 Santa Sofia

Santa Sofia

Santa Sofia

Santa Sofia




residência antiga típica de Istambul





curso de culinária turca em frente ao hotel



Na última noite em Istambul, andamos por Beyoglu e descobrimos uma Istambul mais ocidentalizada e moderna, com galerias, vernissages, shows, festas alternativas e boates que funcionam madrugada adentro. Subimos até o bar na cobertura do Hotel Marmara Pera, com uma vista incrível da cidade, e jantamos num dos animadíssimos restaurantes da rua Nevizade.


 As festas turcas são animadas pelo raki, aguardente com sabor de anis que tem teor alcoólico muito alto e geralmente se bebe com água. A bebida transparente adquire um tom leitoso ao ser misturada à água.

2 comentários:

Letras e Bagagens disse...

Nádia, adorei Istambul mostrada por você.Pena que não deu para você publicar também os cheiros...as botas floridas são demais...
Um beijo
Dorothéa

Anônimo disse...

Taí um lugar para conhecer!Muzeins... energia e encanto....
Até na Turquia o "Michel Teló" ataca ????
"cemitério. Um animado restaurante à noite ?" E quem são os garçons ??? Acho que os titulos se misturaram, não ?
Quer dizer que o rapazinho quiz aparecer.... ih !
Ficou ótima sentada na mesquita: "La femme de kırmızı"
"Ali Babá - a marca do chá (rimou)
Que doces maravilhosos!
Bela foto: você e o Alexandre - o mar de Mármara atrás ?
Acho que o gatinho está sendo buruşturmak.... pelas mãos ...será ????
O trem se "camuflou" ???
Beijocas.
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