quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Gastronomia para quem?

Ontem, dia 15 de setembro, o destino de todos os amantes da gastronomia do Rio parece ter sido um só: o I Fórum de Gastronomia, Saúde e Sociedade – Gastronomia para quem?, na Ilha do Fundão, promovido pelo Instituto de Nutrição Josué de Castro.

Pelo nome do Instituto dá pra ver a seriedade do trabalho realizado – Josué de Castro foi um visionário que denunciou agressões ao meio ambiente e a fome como consequência das ações dos homens – isso na primeira metade do século passado.

O Fórum marca o lançamento do curso de graduação em Gastronomia e foi aberto pelo reitor da UFRJ, Aloísio Teixeira, um autodeclarado gourmet. Em seguida, o sociólogo Carlos Alberto Dória , de quem sou muito fã, definiu gastronomia e falou do seu surgimento, citando Carême, Escoffier, Brillat-Savarin e outros.

Profa. Gilza Pereira(UFRJ), Prof. Carlos Dória (UNICAMP), Profa. Mirian Baião (UFRJ), Profa. Maria Eunice Maciel (UFRGS)

A antropóloga Maria Eunice falou sobre como a cultura, a religião, o afeto e outros fatores influenciam as escolhas alimentares dos povos e dos indivíduos, e falou também sobre o prato emblemático brasileiro, a feijoada.

Terminada a palestra, foi apresentada Tia Surica, que dá continuidade ao "famoso feijão da Vicentina" cantado pelo Paulinho da Viola.

Estava na hora do almoço... que era, claro, uma feijoada.





Na volta, os professores Rodolfo Krause (Univali), Edenilze Romeiro (UFRPe) e Roseanne Dantas (UFBa) falaram sobre o ensino da gastronomia em seus respectivos estados.

Na parte final, o Prof. Roberto Bartholo (UFRJ) trouxe os convidados Profa. Mara Reis da Silva (UFG), que apresentou os frutos do cerrado - baru, pequi, cagaita, buriti, gabiroba, murici, chichá, mangaba, mamacadela e outros - e falou sobre seus nutrientes...



... e o irresistível Seu Clóvis, fundador da Frutos do Brasil, que emocionou a todos com sua história e com a previsão de um desconhecido de que um dia ele iria discursar para doutores e seria famoso "nacional e internacional"... Hoje, Seu Clóvis tem como missão divulgar mundo afora o cerrado e seus frutos, que oferecem saúde e sabor, e alertar as pessoas sobre desmatamento e destruição de um de nossos maiores patrimônios.

No coquetel de encerramento, ainda tive o privilégio de conhecer pessoalmente a historiadora portuguesa Ana Maria Roldão, entre outros



Mirian e eu: juntas no CPII, na graduação da UFRJ e no interesse pela gastronomia. A foto foi tirada pela Allana, vestibulanda do novo curso que conheci no evento.

Os picolés de frutas do cerrado do Seu Clóvis (já à venda no Rio, na Barra, alguém falou) foram o fecho de ouro para uma jornada de confraternização e reflexão.

3 comentários:

Anônimo disse...

Oi Nádia! Parabéns pelo Blog e muito obrigada por me enviar o e-mail que me trouxe a oportunidade de conhecê-lo! Adorei as fotos, mas principalmente o texto!
Grande Beijo,

Allana Souto

Ana Roldão disse...

Oi Nádia,

Fazendo pesquisa fui no seu blog e vi suas palavras carinhosas, foi um prazer conhecer você!! Estou à sua disposição para conversarmos sobre o que mais gostamos .... gastronomia. È sempre bom trocar ideias.. o meu email é anaroldao100@hotmail.com.
Um abraço,
Ana Roldão

Nádia Lamas disse...

Alana, obrigada! Não esqueci do que te prometi não, assim que eu tiver mais informações sobre o curso eu te mando! bjs,


Ana, fiquei orgulhosa de te conhecer pessoalmente, pois já conhecia e admirava o seu trabalho. Vamos trocar ideias sim, abraços!

Nádia