sábado, 23 de outubro de 2010

Melbourne


Saímos do Rio no dia 2 à tarde, fizemos escala em São Paulo, desembarcamos em Santiago, pegamos outro voo até Auckland, de lá outro até Sydney e finalmente mais um para Melbourne, onde chegamos no dia 4 por volta das 3 da tarde. A viagem, no entanto, não chega a 48 horas - acontece que, com a diferença de fuso horário e a travessia da linha do tempo, a gente acaba perdendo um dia. Assim, o dia 3 de outubro de 2010, pra mim, foi um dia que não existiu. Outra coisa curiosa é que a travessia do Pacífico é uma noite sem fim. Você viaja, viaja, as horas passam, mas o dia nunca chega... dá uma certa angústia.

Loja de chocolates no aeroporto de Sydney

Cada país tem sua empresa aérea, e a da Austrália é a Qantas - que não combina muito com um país tão organizado, onde tudo funciona. Pra dar uma ideia, mais ou menos metade das pessoas a bordo chegou a Melbourne sem as malas, inclusive eu e Alexandre. Na hora em que estávamos saindo do aeroporto, depois de preenchido o formulário de reclamação, minha mala apareceu - numa outra esteira bem distante - mas a dele, não.






Ao chegar ao hotel, ficamos sabendo que a Qantas é famosa pelo extravio de bagagem - que geralmente é devolvida em 24 horas (menos mal), mas imagina, depois de uma viagem longa e cansativa como essa, não poder tomar um bom banho e trocar de roupa!


O importante é que chegamos inteiros e bastante animados, sem jet lag e prontos para conhecer a cidade. Saímos fotografando como doidos, extasiados com a beleza de Melbourne, a mistura de estilos arquitetônicos...


O rio Yarra, que corta a cidade em margem norte e sul, em alguns trechos chega a lembrar o Sena.





Nunca tínhamos visto macadâmias deste tamanho!


Alugar bicicleta é uma grande pedida - custa só 2 dólares/dia. O problema é que a legislação exige o uso de capacete, que não tínhamos.




Nosso primeiro objetivo era assistir à exposição do Tim Burton, que só vai ser exibida em 3 cidades do mundo: Nova York, Melbourne e Toronto.






Este aqui é o carro do Batman, da versão de 1989 que o Tim Burton dirigiu... tinha também a roupa da mulher-gato e várias outras coisas muito interessantes, como os primeiros trabalhos do diretor

Este lugar se chama Federation Square e tem museus e lojas



As pessoas são extremamente educadas e atenciosas conosco quando pedimos informações. Na rua, andam sempre pelo lado esquerdo, de modo que quem vai não esbarra em quem vem... mesma coisa na hora de entrar e sair de transportes públicos. No início confesso que tive alguma dificuldade, já que eu sempre ando pela direita. A mão inglesa também vale para pedestres!












É primavera em todo o hemisfério sul, e Melbourne é especialmente florida, com canteiros bem cuidados.







São muito comuns essas galerias com teto em abóbada, que eles chamam de "arcades"

Experimentei o Tim Tam, mas não me encantou não... prefiro o Chocolícia. Achei o sabor artificial, sei lá... depois fiquei sabendo que existe uma outra versão com chocolate amargo, mas tive medo de arriscar.




No dia seguinte cedo rumamos para o Mercado Queen Victoria





é muito frequente encontrar bebedouros pelas ruas

Entre outros, há em Melbourne prédios no estilo art deco...



Gostei muito desse padrão de letreiros. Dá pra ver que há de tudo neste mercado!






Foi a primeira vez que vi um ruibarbo ao vivo e em cores... até então só conhecia de fotos.

Ao contrário do milho doce, que adoro!

Muitos vegetais usados em pratos orientais...

... e ervas.







Esta é a parte interna do mercado. É um luxo! Mesmo quem não curte gastronomia deve apreciar a arrumação, a limpeza (quase assepsia), o cuidado (carne moída enformada), enfim, a estética do lugar.



















As barracas vendem todo o tipo de comida que se imaginar.

Optamos por um cheddar australiano, que é totalmente diferente daquilo que aqui no Brasil se chama cheddar - granuloso, lembra até o grana padano. Muitas vezes é maturado, e delicioso.





os parques também se destacam


A seguir fomos ao Melbourne Museum, que não deve nada aos melhores do mundo - olha esse esqueleto de baleia azul, o maior mamífero de todos os tempos...

... e estes, de animais pré-históricos

Vimos uma exposição muito didática sobre vida e arte aborígene, e outra sobre florestas


Gondwana - palavra que se vê muito por aqui. É que, há uns 200 milhões de anos, todas as terras do hemisfério sul formavam uma única massa continental, que tinha esse nome


Do museu fomos almoçar neste simpático restaurante, e conferir in loco o famoso Shiraz australiano



penne com molho de frango

arroz do Chef



Deixamos pra comer a sobremesa no Koko Black





a loja é uma graça, e o assortiment de minissobremesas de chocolate é qualquer coisa











o prédio amarelo é a Flinders Station, estação ferroviária





muito bom sentar nos banquinhos à beira do rio Yarra, sob o sol de primavera...




compramos um passe de bonde que dá direito a andar o dia inteiro. Custa só 6 dólares australianos e vale muito a pena. No final da tarde, vamos à praia de Saint Kilda. Devem ser umas 7 da noite, mas por aqui, nesta época do ano, só escurece lá pelas 9



crostini de cogumelos e queijo de cabra

Depois de passear pela praia, jantamos num dos muitos restaurantes locais, o Cushion. Em toda a Austrália (com exceção dos restaurantes de luxo e de alguns outros), você chega no balcão, pede o menu, escolhe o que quer, paga, pega um número, senta e espera eles trazerem. Também não existe o hábito de dar gorjeta, o que achei super Primeiro Mundo...

frango com molho de tomate e mussarela

parece aquela brincadeira de "Onde está...?", mas eu juro que nesta foto tem três cangurus! Foi uma grande emoção vê-los assim, soltos em seu habitat


Num belo dia de sol, nada como pegar a estrada para o litoral numa van dirigida pelo Wayne, um cara easy rider que já rodou o mundo, ouvindo uma trilha sonora que tem tudo a ver com o momento, como "Land down under", "Go west", Beach Boys ("Surfin' USA")...


Não sei por quê, mas eu achava que as praias australianas eram feias... como estava enganada!


Muito legal ver o pessoal chegar e saltar do carro com a prancha, vestindo aquela roupa de neoprene. O Wayne nos explicou que surfar, para o australiano, é uma necessidade.

Este imenso painel de arte aborígene tem um significado mítico para aquele povo.





Entramos na Great Ocean Road

A estrada foi construída com a mão-de-obra dos soldados da I Guerra Mundial, que voltavam sem emprego



Vem gente de todo o mundo - tinha até dois monges tibetanos



As praias têm essas churrasqueiras coletivas, que você usa e depois deixa bem limpinha para o próximo que vier. À esquerda, você vê o Wayne







Os pássaros australianos são superssociáveis e chegam bem pertinho da gente. Um deles chegou a pousar na minha cabeça...

Parece São Francisco de Assis, mas é o Alexandre




outra foto pra você se distrair: cadê o coala?


depois fomos a uma floresta tropical onde havia samambaias gigantes


e finalmente, ao cair da tarde, chegamos aos 12 Apóstolos, que são um espetáculo







A foto foi tirada por um casal de americanos que conhecemos, pois nesta hora o Alexandre estava sobrevoando os 12 Apóstolos de helicóptero








No dia seguinte ao incrível passeio, acordamos cedo, tomamos um café da manhã reforçado no hotel...


... e nos despedimos de Melbourne.

4 comentários:

Claudia Lima disse...

Muito legal Nadia, mas que voo comprido!
Estive no Brasil há pouco e já achei que demorou demais os 3 voos que peguei...
Mas vale tudo por um lindo passeio. Fico feliz que tenham aproveitado e divido conosco as fotos.
Bjs e bom findi :)

Anônimo disse...

Nádia,
Que maravilha viajar com você para Melbourne, através das fotos.... Adorei ...
...rever você de óculos escuros...
...ver as estátuas em homenagem aos soldados da I GM ...
...identificar o coala na floresta
...ver os pássaros australianos ...
...as minisobremesas de chocolate...
...a arrumação das vitrines no mercado... me fêz lembrar o "La Boqueria", que conheci no mês passado.
Beijocas.
KB

Santa Gastronomia disse...

Nadia:
já te falei aqui que quando vc viaja, eu viajo tbém!! Pego carona na sua 'cauda de cometa..' hahha..
Nem preciso te desejar ótima viagem, pois pelo que estou vendo já tá tudo de bom!
Mas o que eu quero te dizer mesmo aqui é que tem um selinho meu para vc em minha página. Espero que vc goste da homenagem!
Bjinhus..

Nádia Lamas disse...

Oi, Cláudia, o voo é mesmo bastante cansativo! mas valeu a pena... beijos

Querida Kátia, obrigada por tudo! beijos

Sandrinha, que bom levar você pra viajar... vou passar no seu blog daqui a pouco e pegar o selinho. beijão e obrigada!

Nádia