Domingo é dia de regata no rio Charles, que separa Boston de Cambridge.
Caminhamos até o centro histórico de Boston. Aqui estamos no Boston Common, o parque mais antigo dos Estados Unidos (1634). É bom ir se acostumando com o superlativo, porque tudo aqui é "o mais antigo dos EUA".
igreja perto da nossa rua
No centro histórico existe a "trilha da liberdade", pintada no chão em vermelho e que os turistas seguem, em busca de locais significativos para a independência do país.
Este prédio reúne os legisladores e o governador do estado de Massachusets
À rota histórica também pertence este cemitério onde estão enterradas figuras ilustres, como Paul Revere
De repente, nos deparamos com um set de filmagens em plena rua. Tá vendo o carro todo destruído?
A Union Oyster House, restaurante mais antigo dos EUA, faz parte da rota vermelha. A casa é tão histórica que, antes de ser restaurante, foi residência do futuro rei Luís Filipe I da França, que aqui dava aulas de francês.
A especialidade são ostras. Aliás, em Boston existe enorme fartura de peixes e frutos do mar, com destaque para ostras e lagostas. Até souvenirs em forma de lagosta tem - de plástico, de pelúcia, todos de gosto bem duvidoso.
Não sou muito de ostras e não sei se é um hábito local ou generalizado, mas aqui eles comem ostras com biscoitinhos chamados "oyester crackers", que não passam de "cream crackers" com formato diferente.
Antes da refeição, vem "cornbread" (uma espécie de bolo de milho doce, dos deuses) quentinho com manteiga. E os "oyester crackers" estão sempre nas mesas, em saquinhos.
ravióli de lagosta, maravilhoso
o de cogumelos não fica atrás
sobremesa típica: "Boston cream pie" com sorvete. É um bolo recheado com creme de confeiteiro e coberto com chocolate. Nada demais, valeu pela curiosidade.
Alexandre foi de cheesecake de morangos.
O restaurante era o preferido do Presidente Kennedy na cidade.
restaurante vizinho
O Dunkin´ Donuts´ começou aqui, e a quantidade de lojas na região é imensa
O metrô tem várias linhas de cores diferentes. A verde é "o metrô mais antigo dos EUA". Dá uma olhada nos trilhos: não é fundo e não é eletrificado, de modo que o povo atravessa tranquilamente pra lá e pra cá. O trem tem poucos vagões e, se você não correr, perde.
Do outro lado do rio, em Cambridge, fica a Universidade de Harvard. Engraçado, eu achei o lado de cá bem mais simpático e descontraído que Boston. Tem um comerciozinho interessante - e, principalmente, uma livraria que talvez seja a melhor e maior que eu já vi. As fotos são do campus, onde é possível fazer divertidos tours guiados pelos próprios alunos.
Este monumento com a inscrição "JOHN HARVARD - FUNDADOR - 1638" é conhecido como a "estátua das três mentiras":
1a.: ninguém sabe quem é o cavalheiro sentado, mas é certo que não é John Harvard
2a.: John Harvard não fundou Harvard
3a.: A universidade foi fundada em 1636.
A imensa biblioteca é um memorial erguido em homenagem a um ex-aluno morto no naufrágio do Titanic.
Saindo do campus, procuramos um restaurante indicado por um brasileiro que vive aqui.
Ele tinha recomenadado o macarrão com queijo (mac and cheese) e lagosta, mas só é servido no jantar. O jeito foi ficar com salmão, purê e espinafre...
... e tiras de carne com arroz e legumes.
Mais tarde, shake de chocolate Godiva no Prudential Center
Na manhã do dia seguinte, voltamos ao Boston Common. A estátua na foto representa a história infantil de Robert McCloskey (que eu não conheço).
do parque vamos a Chinatown...
... e, em seguida, a Little Italy.
A Little Italy de Boston é a maior que já vi. De fato, é enorme a colônia italiana na cidade. Também vi muitos brasileiros - o que não é novidade. A diferença é que, aqui, a maioria deles não é turista, mas trabalhadores da construção civil e afins.
Este empório italiano é uma perdição... aqui, encontrei produtos que sempre quis comprar, como sal Maldon.
Perto dali, o Neptune Oyster, considerado por muitos o melhor lugar para frutos do mar
Cada plaquinha equivale a um tipo de ostra diferente
Olha o cardápio só de ostras!
Escolho um sanduíche de lagosta quente, outra especialidade da casa. A quantidade de lagosta é absurda, servida com manteiga clarificada derretida, pão e fritas. Se você gosta de lagosta, é imperdível. E quem não gosta corre o risco de passar a gostar.
depois, sorvete na gelateria vizinha
Em 1927, Sacco e Vanzetti, dois humildes imigrantes italianos, foram executados na cadeira elétrica por um assalto que não cometeram. O caso comoveu o mundo, dando origem e livros e filmes. Aqui ficava o Comitê de Defesa dos acusados.
A casa do século XVII onde morou Paul Revere é aberta ao público. Muito interessante ver como era a vida doméstica na época. Infelizmente não permitem fotos do interior.
Parede da linha laranja do metrô, com publicidades antigas
Nesta noite descobrimos perto de casa um supermercado gigantesco, o Shaw´s. Agora entendo porque o Trader Joe´s daqui é um muquifo, talvez o menor dos EUA - não dá pra concorrer com o Shaw´s.
Lá dentro, lagostas vivas num aquário, com as garras amarradas.
Dia de ir ao Museum of Fine Arts
obras contemporâneas interessantes
e destaque para uma exposição de Degas
Almoço em Little Italy: risoto de ostras, lulas, mexilhões, vieiras e camarões
risoto de cogumelos
Apesar de impressionados com o Shaw´s, nos mantivemos fiéis ao Trader Joe´s e batemos o ponto lá quase todas as noites para uma comprinha de última hora. Além dos preços inexplicavelmente baratos, gostamos de interagir com os jovens funcionários de visual alternativo e nos identificamos com a filosofia de "querer fazer do mundo um lugar melhor".
Alguns achados vão deixar saudades: até então cidra, pra mim, era uma bebida alcoólica francesa - ou uma bebida brasileira gaseificada, barata e doce. Aqui na Nova Inglaterra descobri que cidra é um néctar dos deuses à base de maçã (em plena estação) e especiarias.
Do eggnogg eu já tinha ouvido falar: um drinque de Natal - sim, eu achava que sempre tinha álcool. Quando vi a embalagem de eggnogg gelado (edição limitada, vai ver que é só nessa época do ano) na gôndola (acho que por U$1,99), eu TINHA que experimentar... e vi que é muito, muito bom.
No dia seguinte, estou em congresso no Marriott e almoço sozinha na Cheesecake Factory: filé de salmão em crosta de ervas, aspargos e purê de batatas.
Descobri que o Prudential Center, shopping aonde vamos diariamente, se liga ao Marriott (e a um outro shopping gigantesco e de grifes caríssimas) por um túnel de vidro que passa por cima da rua. Quando chove (o que parece ser frequente por aqui), você não precisa se molhar.
À noite, volto com Alexandre ao Cheesecake Factory, e comemos o frango com queijo e cogumelos...
... seguido de cheesecake de caramelo e chocolate.
Na última manhã em Boston, o caprichado café do Reinhold. As frutas, variadas a cada dia, são sempre frescas e sem acidez. Os pães são da Flour Bakery, a melhor de Boston.
E, enquanto escrevo, percebo que já estou com saudades.
2 comentários:
Depois desse post, hora de almoçar. Deu fome. :D
Beijo!
Hummm...
Fiquei curiosa: Congresso no Marriot ????
Deve ter sido fascinante fazer um tour pela Universidade de Harvard ...
Adoro lagosta... mas vê-las em um aquário com as garras amarradas...
Almoço em Little Italy, só o nome ITALY me faz viajarrrrrr
Nossa! O que houve com o David de Miguelangelo ?????
Minha amiga.... ostras fazem muiiiiiiiiiiiiiito bem !
oh lá lá lá
Beijocas.
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