Foi com pouca expectativa que chegamos à Filadélfia. Acho mesmo que a cidade só foi incluída no roteiro por ficar tão perto de Nova York e por sua importância histórica.
No entanto, bastou o táxi parar em frente ao casarão do século XVIII onde ficava nosso B&B para cairmos de amores pela charmosa "Philly".
Filadélfia em grego significa "amor fraterno". A cidade é das mais antigas dos EUA, tendo sido fundada em 1682 por dissidentes religiosos "quakers" que defendiam a igualdade, a tolerância e a não-violência. Esta fama, aliada à prosperidade, atraiu para cá muitos imigrantes.
Um "quê" de Nova York, um certo ar provinciano. Nas ruas, somos recepcionados com um calor humano nem sempre encontrado em viagens ao exterior. Difícil não associar a simpatia e a solicitude dos locais às origens da cidade.
Começamos pelo memorável The Capital Grille.
Filé mignon com cebolas carameladas e champignon. Não me lembro de outra carne tão macia e saborosa.
E o que dizer dos camarões recheados com lagosta e caranguejo?
Os dois pratos guarnecidos por purê de batatas.
A boca se enche d´água ao recordar o bolo de chocolate sem farinha que veio depois.
O movimento "occupy Wall Street" se alastra por várias cidades americanas e algumas fora do país. Aqui não poderia ser diferente: manifestantes acampam em frente à Prefeitura.
Filadélfia é vanguarda, arte...
... e história.
Art-déco, um dos vários estilos da arquitetura local.
Portão de Chinatown
A propagação de ideias avançadas e a abertura de universidades e centros culturais lhe renderam o apelido de "Atenas da América". A cidade foi a primeira a abolir a pena de morte então aplicada em casos de roubo e a primeira a publicar um tratado contra a escravidão, em 1739.
Um dos mais famosos símbolos da Revolução Americana, da abolição da escravatura e da liberdade em geral é o Sino da Liberdade (Liberty Bell).
Um dos primeiros escravos a conseguir a liberdade foi este cozinheiro...
A cidade é cheia de parques aprazíveis onde se pode relaxar...
... e ver esquilos.
Existem "ruas de joalherias" e várias lojinhas interessantes, além das grandes cadeias de lojas presentes nas principais cidades americanas.
À noite, não tínhamos muita fome e estávamos cansados. Decidimos comer alguma coisa no pequeno M, restaurante do hotel. A entrada, cortesia, era alguma coisa salgada com tapioca. Bom.
Depois, ainda cortesia, um pão de milho delicioso, gougeres e uma tal manteiga de "hay" defumado. Delícia! Até onde sei, "hay" é feno e não se come. Então, quem souber que "hay" defumado e delicioso é esse, pode me contar...
Falafel com berinjela. Tudo bem que era só uma entrada, mas precisavam ser só três microbolinhos? Apesar disso (ou quem sabe por isso mesmo), um dos melhores que já comi.
A outra entrada, uma massa à base de abóbora e amêndoas, estava igualmente deliciosa.
Das entradas direto para a sobremesa: apresentação criativa para a clássica combinação de banana e manteiga de amendoim.
Nosso histórico B&B foi residência de uma influente família local
A qualquer hora, cookies caseiros à disposição, hummm...
Pelas ruas da Filadélfia
Este monumento, retratando a Grande Fome na Irlanda, é tocante.
A ponte Benjamin Franklin cruza o rio Delaware, fronteira entre os estados da Pensilvânia e, do lado de lá, Nova Jersey.
Esta é a parte mais antiga e bonita da cidade.
Ruas estreitas
Agora, uma sequência "a vida dos outros":
casas históricas com data e informações sobre a construção
corredores levam a inesperados jardins
incrível: o jornal pode ficar dias na porta e não some
O belo prédio ajardinado é o mais antigo hospital dos EUA.
Uma visita ao Whole Foods e seus incontáveis produtos
Perto dali, o Philadelphia´s magic gardens, espécie de centro de arte a ceu aberto.
Crianças, professores e turistas visitam o local.
O painel lembra que estamos em pleno outono.
Chegamos ao bairro italiano.
Aumentando o vocabulário: foodery
É hora de almoçar. Vamos ao cubano Mixto, recomendado por brasileiros que moraram na Filadélfia.
Comecei bem: o Mojito de coco (tinha mais de 20 sabores!) era sensacional.
Parece rabanada, mas é uma torrada cubana - ótima.
O prato principal é peito de frango empanado com legumes e purê de batata. Simples e delicioso.
Arroz e feijão acompanham a refeição. Os preços são bem acessíveis e o restaurante está lotado num dia de semana.
Depois rachamos um "tres leches", sobremesa típica cubana que consiste em um bolo com diferentes texturas de leite - entre elas uma farta calda de leite condensado que deixa o bolo bem úmido.
Quase ao lado do restaurante, uma livraria "gay".
Olhando melhor, toda a região é "gay".
Cruzamos a cidade (é relativamente fácil fazer isso a pé), passando por esculturas, pinturas e monumentos.
As estátuas nesta praça são de Alexander Calder.
Réplicas de "O Pensador" e da "Porta do Inferno", de Rodin
O Museu de Arte da Filadélfia é famoso não só pelas obras de arte, mas também por sua escadaria.
Nela, Sylvester Stallone treinava para as lutas no filme Rocky
Em frente ao museu há um complexo de parques e jardins.
Uma visita ao Independence Hall é de arrepiar: nesta sala foi assinada a Declaração de Independência dos EUA e elaborada a Constituição Americana. A cidade foi capital dos EUA em quatro ocasiões.
Já anoitecia quando fomos olhar as vitrines. Na loja da Apple...
... dezenas de bilhetes e homenagens a Steve Jobs.
Numa praça do centro, a escultura traduz numa palavra o espírito da cidade.
Você sabe que está na Filadélfia quando lhe servem "creamcheese" no café da manhã...
... e cheesesteak a qualquer hora.
Mas a viagem segue... assim, vamos para a estação e tomamos o Amtrak até o próximo destino.
5 comentários:
Adorooooooooooooooooo ler sobre o histórico de suas viagens !
Acho que minha amiga seria uma ótima historiadora / pesquisadora, né não ?
Beijocas.
KB
Quem sabe... eu adoraria. Quando abrir o próximo concurso pro Arquivo me avisa! bjs!
Oba!!! Chegaram...quantas saudades! Esse cheesesteak parece mais outra coisa...Barbaridade!
Muitos beijos, precisamos nos ver.
Dorothéa
Sempre muito bom te acompanhar nas viagens!
Beijo!
Eduardo, espero que esteja aproveitando o feriado. beijos!
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